29 de mai. de 2010

Sou só pergunta!

Seria perfeito
se me esperasse como antes
na porta da saída
na porta do trabalho
com os olhos brilhantes
loucos pelos meus
Seria perfeito
se nos tocássemos mais uma vez
naquele abraço demorado
naquele toque inocente
Seria perfeito como antes
se por um segundo apenas
o tempo parasse
para nos ver sentir
O amor verdadeiro
O encontro de almas
sentir o único sentimento
que todo procuram a vida inteira
o amor
avassalador
guardado em cada pedaço
em cada metade
unindo-se de repente
no nosso abraço apertado
até quando vou te amar assim?
Sem palavras suficiente para explanar
tanta saudades e ausência de ti?

Como pode?



Como pode o coração amar alguém que não se aproxima
e não sabe sequer
o quanto ele preenche todos os espaços
todos os sentimentos
como se não houvesse nada mais diante de meus olhos
a não ser a sua beleza e sorriso?

Como pode o coração
não esquecer
Porque sente tanto?
depois de tantos anos findos?
e que tanto tem no peito pra relembrar?

Como pode o coração sofrer tanto assim?
sentir tantas saudades sem fim?
foram tão raros momentos
tão pouco tempo
será que ainda lembra de mim?

Como pode o coração continuar tolo e firme
nesse amor platatônico?
que transcende os anos
navega sozinho
sem chance alguma de se tornar real
vivendo solitário
no fundo do oceano
sem ninguém pra salvá-lo?

Como pôde coração
tanto tanto ele ainda amar???
Como pode coração
sem piedade alguma...
me fazer tanto... tanto ... ainda chorar...

25 de mai. de 2010

sempre o mesmo...

Passou os sonhos
Não restou nenhuma esperança
tudo está tão lento
o futuro não vem com bonança
a garoa sempre fina no rosto
o sorriso fraco da alma
a tristeza fria do corpo
Os cabelos cumpridos debaixo do casaco
O olhar que ninguém decifra
Onde mora meu coração?
que há tempos não sente qualquer emoção
anda tudo sempre tão igual
as mesmas discussões
os mesmos desesperos
os mesmos "nãos"
nada de novo por aí
nada de velho aqui
Os dias vão rolando
as horas vão findando
e meu sorriso não desfaz
sorrir de tudo sem perceber
que o tempo caminha
sem nada trazer
Nem de longe
sabe o que sinto
Nem de perto
vê o que me afeta
onde se esconde o sentimento
fugindo com medo de envolver
Nem de longe
faz idéia
do querer e não poder
do sonhar e não realizar
Nem de longe
sente como é assustador
querer você
e nada poder fazer

Intrometidos



Todo mundo é bom
de pegar a caneta e seu trabalho de meses
meter-se a corrigir...
mudar-se aqui...
mudar-se acolá...
nada se respeita...
perde-se a essência
a obra morta...
não tem mais lembrança
daqueles sonhos meus...
Todo mundo é bom
em mudar histórias
contar novos rumos
atrapalhar as verdades...
sinalizar seus fracassos
apontar com o dedo
caçoando do seu tombo
ridicularizando seu trabalho
amassando seu suor
nisso todo mundo é bom...
dizer-lhes desiste
veste a camisa cinza
coloque a gravata escura
entre na fila dos concursos
seja mais um entre muitos
que vivem a vida
sem sequer viver...
nisso todo mundo realmente é bom...
derrubar os sonhos alheios...

Pureza



Com seu sorriso farto àquela boneca caiu no meu colo
empurrando o que havia....
buscando seu espaço
Aproximando lentamente
roçou no meu rosto
seus cilios salientes
a brincadeira envolvente
a brincadeira inocente
seu sorriso ecoou
e de repente me vi presente
sentindo seu corpo pequeno
vivo e quente
abraçar-me apertado
num abraço demorado
Respirei fundo
e seu cheiro perfumado... invadiu meu pulmão
Seguindo por dentro do meu ser
vagando por meus vazios..
levando euforia... ao meu melancólico coração...

Sem ar...



Como eu queria....
que a tristeza que adentra minha alma
fosse a falta de um amor novo
Como eu queria...
que ter alguém no meu mundo
fosse a minha nunca ausência de vida
Como eu queria....
que fosse só isso
que me tira o sentindo
que me confunde os dias
que me entorpece o espírito
que afunda meu ser
num lamaçal de desânimo
e eu não quero mais sair
debater por continuar
caminhando por essa estrada
larga e vazia
Como eu queria...
que coisas simples do cotidiano
ônibus cheio... metrô lotado
ruas esburacadas
trânsito lento....
me importunassem a vida
me tirasse a alegria
mas não é isso...
não é isso
que condensa o meu ser
esmaga meu viver
não é isso ...que me tira... a coragem
não é isso...
Um dia quem sabe...
saberei... o que é...
Só sei por enquanto... o que não é...

Essência



Às vezes me perco tanto dentro de mim
que acho que vou afundar na minha própria essência
na minha própria tristeza
O chão fica dificil de andar
tudo se movendo
querendo me derrubar
nenhuma mão me conforta
nenhum consolo me encontra
É tudo tão negro
as portas que não se abrem
as oportunidades que não surgem
até quando conseguirei aguentar?
Um amor que não acontece
minhas palavras que são erradas
minhas junções que são sem graça
tanta coisa que eu não sei
e ainda acordo cedo...
olhando no espelho
vendo o meu reflexo
sentindo na alma...
seu gigantesco vazio...

Poeta




Ser poeta é caminhar solitário num mundo cheio de gente
.... e de repente o frio da alma ... levar pra longe
qualquer sensação quente...

Ser poeta... é navegar entre os mares da saudade...
buscar terra firme...
encontrar novos delírios...
e assim num passe de um instante
querer voltar a navegar sozinho...

Ser poeta...
Não tem sentindo
Não tem amor
não tem coração
que abranda esse constante vazio...

Ser poeta
é se perder dentro de si
sem entender
o porque disse ou porque daquilo

Ser poeta
é amar.. num dia intenso
e no outro emudecer

Ser poeta
É viver...
esperando a morte
é na morte
querer viver

Alma...



Como amar alguém que não consegue entendê-la?

Compreender sua ausência de si?

Como amar alguém que não consegue sentir seu coração vazio

solitário...mesmo com você por perto?

Como vai ficar ao lado

se não respeita seu silêncio agudo?

Como .. me diz?

consegue aclamar amor

sentir desejo

enlouquecer por seus beijos

se no singular encontro dos olhos

não consegue enxergaro vazio na sua alma?

24 de mai. de 2010

Um amor pra vida inteira!



Eu quero um amor que me faça perder o sentido

que o beijo seja desmedido

que o olhar me entorpeça de certeza

É ele e ninguém mais... o amor da minha vida

Eu quero um amor...

de fazer meus pés deslizarem...

de fazer meu sorriso escancarar...

de fazer meu coração disparar

Não quero um amor morno

Não quero me doar pouco

Eu quero parar de respirar...

quando a boca dele nos meus lábios tocar...

quando seu cheiro de repente exalar

Eu quero um amor

pra morrer e enlouquecer

Não quero um beijo normal

Um abraço fraternal

Não quero paixão descontrolada

Que me faça sempre chorar

Que me magoe mais do que me faça sonhar

Eu quero sorrir à toa ao vê aquele olhar

ao sentir que...

Só de vê-lo do meu lado passaré o bastante...

para alimentar minha alma...

do seu ser

pra mais dias e dias viver

esperando o destino girar

e de algum jeito inesperado...

Fazer-nos ... encontrar...

18 de mai. de 2010

E se???




Um medo estranho veio-me à tona
E se não nos encontrarmos mais?
E se eu nunca mais ouvir sua voz novamente?
E se nada na vida fizer sentido?
E na verdade somos apenas o que somos
Ocos por dentro
Sem um espírito divino
Sem nenhuma continuidade?
E se com a morte
Tudo se findar?
E eu nunca mais te achar?
Porque devo continuar?
Sentindo a cada dia essa tua ausência me maltratar?
Seu riso faltar?
Não quero mais permanecer
Nesse mundo cheio de loucos
Nesse mundo que tão pouco permanecerá
E se eu nunca consegui me desculpar?
Que adianta levantar
Caminhar
Seguir
Andar por tantos caminhos
Sem daqui
Nada levar
Porque devo então continuar?
Se nenhuma fé
Não por agora
Consola meu coração
Apazigua minha saudade
Minimiza meu sofrer?

Sempre azul!




Eu sou pura poesia e nada mais
Puro pensamento
Pura lembrança
Pura saudade
Sou a mais intensa poesia
Fugaz
Viva
Sagaz
Vazia
Eu sou pura poesia
Com o coração cheio de tédio
Buscando um pouco
Um tanto pequeno
...Que seja...
Daquele amor de novo
Eu sou pura poesia
Cheia de sentimentos
Sedenta por suas lembranças
Rezando para não perdê-las
Sufocadas no peito...
Veja-me
Ouça-me
Estou aqui
Esperando-te
Dias longos
Dias quentes
Dias de inverno
Eu sou pura poesia
Vivendo por um sonho
Vivendo por um desejo
De entorpecer-me de seus beijos
...enlouquecer-me com meus batimentos
desesperados por seu olhar
Azuis ... e intensos...
Como a infinitude do mar...

Eu amo você!




Você anda tão recente na minha memória
Você anda tão perto como se aqui estivesse...
Porque dessas lembranças repentinas?
Se não sei por onde andas
Se...
Lembra de mim
Se algum dia recordou de nós dois...

Porque sua eterna presença aqui?
Porque não sigo meu caminho?
Sem vê um pedaço seu
Em cada rosto?
Em cada um?
Porque não me curo de você?
Porque esse amor adentra os anos?
Adentra meu ser?
E constante caminha como se nunca apagasse?
Que fogo eterno é esse?
Que não me tira essa saudade?
Que não me livro de você?

Porque ainda recordo de cada momento
Como se ontem... tivéssemos vivido
E não... anos atrás?
Porque?
Porque?
Eu amo... amo... tanto e tanto você?

2 de mai. de 2010

Lembrança

Eu me lembro de tudo
Em cada detalhe
A roupa que usei
O sorriso que dei
As cantadas que levei
As palavras que falei
Eu me lembro de tudo
Nos seus pequenos detalhes
No grande momento
Eu lembro e lembro-me de tudo
Do teu lindo sorriso
Dos seus olhos azuis
De nós dois juntos encostados no muro
Eu lembro e lembro-me de cada segundo
Não houve nada esquecido
Dentro de mim ainda vive aquela sensação
Não houve nada apagado

1 de mai. de 2010

Quero



Eu quero mais
E o que eu quero
Eu não sei ao certo
Mas é algo além do que vejo agora
Enamorados felizes
Mas cadê aquela sensação desconcertante?
Noites enluaradas
Em dias quentes e gritantes?
Eu quero mais
Talvez seja essa saudade que não me abandona
Talvez seja essa vontade de te ver novamente
Que encurta minha alegria
Que me desanima
Quanto tempo mais terei que viver sem você?
Quanto tempo isso ainda irá me vencer?
Quanto tempo tudo continuará tão cinza assim?
Quanto tempo mais...
Eu desisti
Sinto sua falta
E não sei mais
O que eu quero
E porque ainda continuo...
Andando por esse caminho longo
Mas que não me leva até você
Até Quando?
Vou viver...

Vontade de você



Vontade de ter notícias suas
De saber de você
Vontade que vai passar
Vontade que me faz sofrer
Vontade que me rouba o sossego
Vontade que adentra o peito
Me cega os olhos e me faz tremer
Vontade de olhar no espelho
Tirar esse medo de esquecê-lo
Vontade de sair correndo
Fugir sempre
Toda vez que te encontrar
Vontade de não estar pensando em você
Como faço agora
Com o coração entre os dedos
Com o coração ao meio
Vontade de não querer voltar atrás
E no fundo cada dia te peço mais
Vontade de chorar ensandecidamente
Vontade de te amar e não ser certo
Vontade de entender
Mas não há o que saber
Não existe o que dizer
As coisas simplesmente se vão
Acabam sem razão
Prosseguir é o jeito
Não dá pra parar no tempo
Inventar desculpas para tê-lo
Não deve mais ser minha vontade
Prosseguir...ir ao longe... sem esperar
Vê-lo em meu horizonte
Por fim quero ter vontade
De não mais querer sonhá-lo
Deseja-lo
E tão pouco ama-lo...

Poesia...



A poesia , sua rima, sua graça , sua forma , sua magia
Trás o que de fato... o que me faz dar sentido em tudo
Trás ao certo o que eu quero
Um mar imenso azul
Uma tarde quente
Ensolarada e amarelada de amor
Pés descalços enterrados na areia
Sol escaldante
Impedindo de olhar diretamente para o horizonte

Paro assim
Envolvida de paixão por minhas palavras, minhas frases, por meus pensamentos

Um sorriso bobo brota no rosto...por sentir a brisa suave da paz divina
de estar sozinha em plena praia branca...

Sozinha com meus sonhos e delírios
Sozinha com minha vida e meus desejos
Sozinha e me sentindo feliz por estar apenas comigo....

Eu realmente não preciso de um amor imenso
De um sonho louco
De desejos por alguém poético

Eu só preciso do meu lápis apontado
Folhas brancas
Uma paisagem fascinante
Um vento forte
Um coração leve

Para expressar a tranqüilidade que finalmente chegou ao meu mundo...

Sonho



Abri os olhos
Diante de um mundo repleto de paz
Uma calmaria divina
Adentrando o meu espirito
Enchendo os meus pulmões
De um ar celeste
E aromas silvestres

Não reconheci nada ali
Tão perfeita comunhão
Céu... terra... lua...mar

Não sei onde eu estava
Mais era ali que... eu queria pra sempre ficar

Esquecer momentos vazios
Esperanças perdidas
Olhares distraídos
E lábios distantes

Esquecer palavras esperadas
Tolas expectativas

... e nessa confusão de sentimentos perdidos
ter a visão de um anjo lindo
com um sorriso doce
com um coração latente de vontades
com as palavras certas
com um carinho único
e o sabor da mocidade...

eis que este meu vale de sonhos
se encheria de cor

o coração exaltado se entregaria sem pavor
as mãos serradas se abririam tocando as suas como uma flor

Mas é tão tola visão
Que em segundos se dissipam no ar
Se vão sem vestígios algum deixar

E se fosse verdade...



Não tive muita sorte na viagem, agora embrenhando por uma cidade que mal conhecia me senti um pouco sozinha, mesmo assim era melhor do que ficar no pantanal que tinha virado Trindade.
Caraguá era parecido apenas pelo intenso e lindo mar azul, pois, o conforto dos campings, pousadas aconchegantes, bares noturnos, banheiros limpos, ruas asfaltadas, nada lembrava ao imenso barreiro que virou Trindade com a chuva persistente.
Finalmente a chuva deu uma trégua, parei no primeiro bar frente a praia, coloquei a mochila e a sacolinha que embrulhava meu cobertozinho do lado da minha cadeira e pedi algo para comer, estava faminta.
Fiquei analisando o que faria.
O Sol aparecia viril e destemido, empurrando aquelas nuvens negras e sem graça para bem longe dali. O suficiente para animar-me.
Perguntei ao garçom onde encontraria um supermercado e um camping.
Precisava comprar uma barraca antes de qualquer coisa. Eu fui com a cara e a coragem para Trindade, dependendo de espaçozinho na barraca de umas amigas de uma amiga, a pior decisão que eu poderia ter tomado. No fundo eu sabia disso assim que entrei no busão da excursão, senti que tinha sido burrice total e que ao chegar a Trindade perceberia isso. Dito e feito. Deu tudo errado. Não me permitir ficar lamentando por lá, peguei o primeiro ônibus que podia para fora daquele lugar e tive que parar em Caraguá, não dava para ir mais longe, estava tudo bloqueado por causa da chuva. Não me importei com isso o que eu queria era passar uma virada de ano decentemente, longe de barro, chuva, maconha e gente feia. Ninguém merece tanta coisa ruim num lugar só!

Achei o supermercado. Não estava tão cheio. Por sorte encontrei uma barraca de dois lugares e um colchão inflável de solteiro com um preço razoável.
Foi motivo para que meu sorriso brotasse estonteante no meu rosto.
Segui para o camping conforme me orientou o garçom "depois do supermercado vire a direita e segue toda vida...lá você vai encontrar dois campings bons "Universo dos sonhos" e "pequeno encontro". Adorei os nomes.
Após uma caminhada de uns quinze minutos segurando, mochila, barraca, colchão, e cobertozinho debaixo de um Sol que deixou a vergonha de lado e agora surgia impiedoso sobre mim, cheguei ao camping "pequeno encontro". Não estava abarrotado de barracas, tinha um gramado nivelado parecia confortável. Sem hesitar empurrei o portão de madeira e entrei, procurando o responsável com os olhos.
Ele foi mais rápido que eu.
Apresentou gentilmente o camping e claro estranhou que eu estivesse sozinha e por isso garantiu que ficaria em segurança em seu camping, foi bom ouvir isso dele. Combinamos o valor, tudo acertado. Agora barraca ao chão. Ele surgiu novamente sorridente, oferecendo ajuda. Aceitei de imediato, queria terminar logo de montar e passear um pouco pela praia, tomar uma cerveja, vê gente bonita, aliás como ele. Apenas não fiquei olhando-o muito porque tinha aliança gigantesca na sua mão direita, e o que eu menos queria era alguém comprometido.
Em pouco tempo a barraca estava de pé, o colchão cheio, minhas coisas bem guardadinhas dentro dela. Agradeci a ajuda e fui tomar um banho.
Tomei um banho deliciosamente quente, como era gostoso sentir aquelas gotas quentíssimas sob minha pele que ficou debaixo de chuva um dia inteiro.

Coloquei um lindo e novo biquíni de lacinho da cor branca e dourada e um curtíssimo short branco. Calcei minhas hawainas brancos com flores rosas, coloquei algum dinheiro no bolso, não podia deixar de levar meu MP3 e meus óculos, estava pronta para passear e conhecer Caragua. Fechei a barraca e acenei para o rapaz que tinha me ajudado, ele retribuiu com um largo sorriso e me assegurou que tudo estava em boas mãos.

Andei um pouco até alcançar o calçadão da praia. Olhei o mar, ele estava mais azul com o Sol energizando-o, o ar estava gostoso misturando chuva com o ar quente, dando aquela sensação refrescante, sem nada de vento gélido batendo em minhas costas.

Nirvana ecoava nos meus ouvidos. Não me senti tão só.
Era uma aventura e tanto. Eu estava feliz, não podia negar.

Avistei o bar onde tinha pegado as informações sobre o supermercado e o camping, foi um primeiro lugar que me familiarizei. Andei calmamente até ele, olhando as pessoas, admirando os casais, as turmas, as brincadeiras, era estranho estar tão só, mas não era ruim, eu não estava infeliz, porém faltava algo, eu sabia disso, mas preferia não pensar.

Antes que eu entrasse no bar, alguém me chamou. Estranhei e não olhei pra vê se era comigo mesmo. Eu não conhecia ninguém ali. A voz insistiu.
Eu tirei os óculos e olhei pra frente e lá estava ele. Meu coração tenho certeza parou por um segundo, o ar desapareceu, eu pensei que fosse desmaiar, mas busquei forças para controlar toda aquela emoção.
- E ai doida que você tá fazendo aqui? - Falou G. se aproximando de mim. O tampinha vinha acompanhado de um amigo e ele , F..
Sorri pela intimidade que tínhamos.
- A história é longa...muito longa. - Ele me cumprimentou e o amigo fez igual, na vez do F., nossos olhos se cruzaram profundamente.
- Então conta. - Insistia G..
- Bem... - tirei o fone do ouvido e quando tentei enrola-lo no MP3 desconectou-se e o som saiu. Nirvana tocou bem alto, fiquei sem graça e desliguei abruptamente o aparelho.
- Dahora esse som. - Falou F.. Eu sabia que ele amava Nirvana.
- Eu vim com um pessoal numa excursão para Trindade...chegando lá...barreiro, pântano...aquela coisa toda....enjuriei...e vim pra cá...ponto. - Resumi.
Eles me olharam intrigados.
- Você tá sozinha aqui?
- Tô sim...num camping aqui perto.
- Nossa você é mesmo doida. - Gargalhou G..
- É...eu me esforço pra ser normal...mas é cansativo! - Eu estava incomodada com a presença do F., não conseguia dizer nada intelegível.
Eu sentia que ele me olhava, como se quisesse me decifrar, vasculhando cada parte minha. Ainda bem que o Sol estava gritante assim o suor que escorria pelo meu corpo não deletaria minha insegurança e meu pavor por estar tão perto do grande amor da minha vida.
- E você tá indo pra onde?
- Vou tomar uma breja...
- Nesse bar? - Apontou F.. A voz dele me fazia tremer.
- É. - Respondi.
- Então vamos tomar uma com você. - G. e o amigo foram entrando no bar, eu os segui e F. veio logo atras de mim.
Era surreal demais encontrá-lo. Meu coração batia descompassado. Era difícil me segurar, evitar as lágrimas pela emoção de estar ao lado dele.
G. apresentou o amigo, ele era gentil e muito bonito também. Mas F., seus olhos azuis e brilhantes, seu corpo delineado pelo novo vício que havia adotado, muita malhação era admirável, ele era o único sem camisa, para minha alegria.
- Trindade estava tão zoado assim? - Ele puxou assunto comigo. Quase engasguei com a cerveja.
- Estava...terrível...a chuva não deu trégua... aqui também choveu muito não é? - Queria continuar o assunto. Não poderia deixar morrer.
- Sim...não deu nem pra sair de casa...ficamos jogando truco e tomando uns gorós doido lá. - Sorriu.
G. e o amigo de repente saíram de perto de nós. Um desespero louco me invadiu, agora era eu e ele somente sentados a mesa.
- Aonde eles vão? - Perguntou ele.
- Não faço idéia... mas se você quiser ir atrás...vai lá...de boa!
- Vou nada. - Ele respondeu e tomou um gole da cerveja completando o copo em seguida. Senti que ele estava tão nervoso quanto eu. Nosso reencontro depois de três anos, mexia tanto comigo quanto com ele. Agora que as coisas ficavam mais complicadas, tudo que eu falasse ia ser idiotice, o que eu iria dizer? e o silêncio persistindo, se ao menos os outros dois estivessem aqui conosco? seria tão mais fácil falar sobre qualquer coisa, futebol, o clima, sei lá, F. não gostava de futebol, isso eu me lembrava bem.
- Eu posso te fazer uma pergunta? - Respirei aliviada quando ouvi sua pergunta.
- É claro né... - Sorri, tentando disfarçar meu nervosismo, um sorriso torto, forçado não sei como ele não se assustou.
- Por que paramos de ficar?...até hoje não entendo o porque.
Meu Deus! a pergunta da minha vida, a pergunta que eu sempre me fazia, todos os dias, desde a nossa ultima troca de emails, todas as vezes que nos esbarrávamos sem querer pelo prédio da empresa onde trabalhávamos juntos, era a grande pergunta dos meus sonhos e pesadelos.
- Pra te falar a verdade....não sei... - Eu não sabia como responder aquela pergunta, pois era a mesma que eu queria fazer a ele.
- Eu gostava de ficar com você...era bacana...bacana... - Abriu um largo sorriso e encarou-me. Lembrei exatamente o que significava a repetição daquela palavra, quando ficávamos juntos ríamos feito dois bobos e após cada beijo eu sempre dizia "bacana bacana". Eu estava prestes a chorar.
Como eu poderia controlar tamanha emoção?
- Pensei que fosse legal! - Respondi. Relembrando a resposta que ele dava todas as vezes que eu respondia com aquela palavra.
- Vamos dar uma volta na praia? - Sugeriu ele.
Concordei balançando com a cabeça e levantei ao mesmo tempo em que ele.
F. conversou com o garçom e pagou a conta.
Descemos o pequeno lance de escadas, cinco degraus, alcançamos à areia, quente e fofa.
Andávamos lado a lado, eu mal podia acreditar no que acontecia.

- Eu vou entrar no mar. - Antes que ele pudesse falar qualquer coisa corri em direção da água e mergulhei fundo tentando esfriar meu medo e desespero e acalmar meu coração.
Quando emergi do mar, tirando os cabelos do rosto, procurei por ele na areia e não o encontrei. Naquele segundo eu senti que tudo havia sido um sonho e as águas do mar levaram embora. A vontade de chorar veio forte. O anúncio da chuva fez o tempo fechar bruscamente assim como meu coração. As gotas de água caiam feroz sobre mim e meu coração inundava de uma imensurável tristeza.

E se fosse verdade... continuação



F. ficou frente a frente comigo, sua respiração ofegante e seu hálito quente estavam a poucos centímetros de mim. Eu poderia morrer naquele milésimo de segundo.
- Quero experimentar algo.
Antes que as palavras viessem aos meus lábios, ele tocou-os empurrando para longe qualquer resposta minha. Seus braços envolveram minha cintura e me agarrei ao seu pescoço com os meus, eu não ia soltá-lo dessa vez.
Não sei por quanto tempo nos beijamos, mas quando paramos e nos olhamos tivemos a certeza que nunca houve ninguém que pudesse nos proporcionar tal sentimento como aquele que sentíamos um pelo o outro, sentimento que surgiu desde o primeiro toque, no primeiro beijo e nunca mais foi esquecido.
As lágrimas saltaram dos meus olhos, eu não consegui mais conter. Ainda bem que estávamos no mar, com as ondas quebrando a nossa volta, ele poderia ignorá-las, mas não foi isso que fez, levou sua mão gentilmente ao meu rosto e enxugou-as. Seus olhos rasos d’água também, não eram as águas do mar, era as águas do nosso coração, que liberava aquela agonia de tanto tempo distante um do outro, era a paz que retornava, as lágrimas anunciavam que a felicidade retornara, porque encontramos o caminho de volta para casa, nos braços um do outro.

É sempre assim...




Eu não sei como explicar esse sentimento...

Não sei explicar porque tenho tanta certeza que pra sempre será eu e você...

Apenas sei.. apenas sinto que não houve e não haverá nada maior...

Nada que se compare aos dias ... aos nossos minutos...

aos nossos raros encontros...

tudo fica pequeno... diante do que houve...

Ninguém supera...

Amor igual...

Sorriso... sensações...

Eu poderia ter ficado ali... presa num ciclo sem fim...

Sentindo e sentindo seus lábios nos meus...

Seu olhar somente em mim...

Seu coração sufocando de euforia

Eu poderia ter morrido ali...

Diante de você

Que era somente meu ... naquele singular e inesquecível instante...

Eu poderia ter-me ido ...

Porque agora os dias são mais lentos...

São mais doloridos...

Sem ter você...só pra mim...

Deixe...

Por um segundo...vende-se uma imagem distorcida...
Um sonho mentiroso... palavras ao vento..levando o que não se quer na verdade dizer.

No fundo eu só quero poesia, momentos únicos.

Assistir um filme ... junto...
Sentir teu sorriso somente de encontro ao meu...
Por que não pode ser eu seu grande amor???
Por que quando falo com você tudo parece parar... e só resta teu olhar...
teu jeito e respiração...singular...

O amor não pode ser tão banalizado...terminar como um fim de festa, embriagado, dormindo em qualquer canto... com o cheiro ruim e os olhos mortos...

Não pode ser ignorado...

Eu olho pra você... enxerga-me..veja-me , dê uma chance a este amor!

A essa sensação única e verdadeira...

É amor puro...inocente... e sincero...

Eu sei que é você...

Então por favor deixa o romance acontecer!

.......................

Há momentos que tudo fica tão cômico... trágico... e por fim solitário...

Estou vendo todos que se juntam , se fundem em um só...
Meus deslizes talvez me levaram a este momento isolada... Mas será?

Por que parece tudo tão difícil e impossível pra mim?

Sou eu que ainda não me decidi?

Ou minhas escolhas foram fracassadas?

Encolho-me a cada dia mais... tento levantar-me...mas os dias estão mais
apertados...

Eu queria tanto... sentir aquele anel no meu dedo...
Aquele pedido aos meus ouvidos...
Aqueles sonhos a dois... compartilhados em um olhar...

Eu queria tanto... poder sonhar isso tudo...
Não temer escancarar minha vontade de viver um conto de fadas...

Por que o amor reluta em não me achar?

Esse silêncio domina todo meu ser...
Nada ecoa... nem meu choro... nem minha voz...
Nem um orvalho de esperança vem me dá vontade de viver...

Folha Morta



Hoje saiu o Sol lá no alto...
Lembrei-me das possibilidades desse dia radiante.
Mas tão logo algo ecoou solidão em meus ouvidos..
Rir-me sem graça...realmente estava só...

Olho a folha que caía lentamente ao chão, da árvore do quintal de casa...
vejo o vento carregá-la e colocá-la suavemente do lado de outra..
Parecendo um consolo áquela que se desprendeu de sua vida e família...
Sentir-me mais só...
Eu estou desprendida vagando sem ter lugar para pousar...
Não existe um cantinho esperando por mim...
Sou lançada por aí...tentando parar em algum espaço
mas não há nenhum que queira me acolher...

O vento insiste em me levar cada vez mais longe
para lugares distantes... vazios e solitários...

Nenhuma mão me salva...
tenta cuidar de minhas feridas...
voo cada vez mais alto...
indo embora para o céu negro e obscuro
perdendo o contato com o mundo...

sentindo-me cada vez mais só que o infinito...

tô desistindo...



Vejo aquele sorriso que não é pra mim
Aquele toque afável que não vem ao meu encontro
Escolhas? que escolhas que afastaram todos daqui?
Não se entregam mais?
O amor não vale a pena?
Por que sinto essa vontade de ter aqui?
Se não vale a pena por quero tanto sentir?

Eu já errei tanto assim?

O silêncio nem ecoa minha voz
A noite nem sequer se importa com minhas lágrimas
A escuridão não me abraça
Nada me nota...
Fico com os olhos marejados...

E a solidão do meu lado...

tic tac... tic tac



O tempo está passando...
Os dias engolindo as noites...
as horas ... os minutos...
Eu pisco os olhos e tudo de repente muda
Porque meu coração não se apaixona?
Porque não consigo me envolver?
Que tanto espero... sem alcance... que tanto desejo se você não me vê?
Fecha a cortina quando na rua passo...
Apaga a luz... quando meu rosto surge do lado...
Desvia o caminho... quando me aproximo...
Olha para o outro lado... sem querer meu olhar cruzar...
Já não sei o que fazer...
Porque o tempo está passando...
e você não me permite me apaixonar...
Não mais... por você

Romance



Hoje a noite me pego lembrando de nós dois...
Momentos mágicos que me entorpecem o coração...
Eu acho que errei de novo... peguei o caminho equivocado...
Em um mundo onde o amor anda fora de moda... Entreguei-me numa espectativa tola e sozinha... de compartilhar algo a dois...

Será que o amor ainda é possível nos tempos de hoje?
Será que o romance anda fora de moda realmente?

Ninguém mais sonha em ter alguém especial...andar de mãos dadas... deitar a noite juntos, segurando um a mão do outro, apenas para aquecê-las?

O olhar não se encontra mais...

Eu quero romance... preciso de romance...

Meu ser se definha...
Se perde...

Os anos passam
As horas se perdem...

O romance fica escondido... com medo de vir á tona...